20060514

Carmina Primus (primeiro poema)

Se eu te contasse....Tu não acreditavas!?

Se eu te contasse que tinha nascido
De uma explosão vulcânica por causa de
Uma falha mecânica, tu não acreditavas?

Claro que não, um vulcão não é mecânico
É natural como aquele leão

Se eu te contasse que voei como a andorinha
Nadei num saco de farinha, e fui parar ao
Papo de uma galinha, tu não acreditavas?

Claro que não, não és nenhuma ave e
Dentro de uma saco de farinha o teu corpo
Não cabe, quanto mais no papo de uma galinha

Se eu te contasse que fui cenoura,
Comido por uma senhora para servir de vassoura.
Para cantar numa lavoura, para pentear
A menina, tu não acreditavas?

Claro que não, não és pequeno como uma
Cenoura, nem a senhora te conseguiria comer
E tens alergia à menina loura.

Se eu te contasse que fui caçado
Por estar parado num prado
A comer um rebuçado, para servir de caldo e pato
Assado, tu não acreditavas?

Claro que não, os teus pais não te deixam
Ir sozinho ao prado,
Estás é a ficar amalucado

Se eu te contasse que morri aos oitenta anos
Por ter comido uns panos e alguns pianos, tu….

Basta! Se morresses não estavas aqui.
Não só és mentiroso como também és
Guloso, comeste todos os caramelos do Sr. Raposo

Se eu te contasse quem foi….Tu não acreditavas!

(Coimbra, 17 de Abril de 1997)

Quando remexemos nas memorias…e revemos o que fazíamos pensamos: se tudo era assim tão simples porque complicamos tudo agora!?

4 comentários:

Eli disse...

Olá!

Reconheci-o!

:)

Anónimo disse...

hey
grandes pensamentos..curti..vou ver mais eheh

Mikael disse...

Paradigma que vem com o acrescentar do tempo ao tempo que já tivémos. Exigem-te que cresças, que percas os sonhos de criança, que traces toda a tua vida, que arranjes um sentido para a mesma, mas esqueceram-se de que crescer pode ser doloroso, que perder os sonhos é perder grande parte de nós, que os planos nem sempre dão certo e que há tanta coisa que não faz sentido.

Dicotomias...

Abraço

/me disse...

Gostei muito deste poema. :)